FERROVIA MINAS ESPÍRITO SANTO PODE VIRAR REALIDADE

por Daniel Salgado publicado 15/02/2022 12h35, última modificação 21/02/2022 17h53
A tão sonhada ferrovia ligando o noroeste mineiro ao porto no Estado do Espírito Santo está cada vez mais próxima de virar realidade.

A Câmara Municipal de Unaí recebeu autoridades de todo o Noroeste Mineiro em uma audiência pública, para a apresentação do Projeto de Construção da Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo - EFMES - (que soma a EF 030 - Estrada de Ferro Juscelino Kubitscheck). O evento foi uma iniciativa da empresa PETROCITY FERROVIAS e foi realizado às 14 horas do dia 9 de fevereiro de 2022. A ferrovia passará pelo Município de Unaí e por municípios vizinhos, impactando diversos setores da nossa economia local. A reunião na forma de audiência pública pode ser acompanhada ao vivo pelo canal da Câmara Municipal de Unaí no YouTube.

Importante lembrar que houve restrição do número de vagas e que foram adotadas medidas de enfrentamento à Covid-19.

Além dos anfitriões, Vereador Valdmix Silva (PSDB), presidente da Câmara Municipal de Unaí e José Gomes Branquinho (PSDB), Prefeito Municipal de Unaí, estiveram presentes à mesa de honra: Dr. José Roberto Soares, Diretor Executivo - CEO - da PETROCITY FERROVIAS; Ronaldo Soares, Secretário Executivo da AMANS; Marcílio Almeida, Presidente da CONVALES; Rutílio Cavalcante, Presidente da AMNOR e o Deputado Estadual José Reis, representando a ALMG.

Também estavam presentes os vereadores desta Casa: Alino Coelho (PSDB), Tião do Rodo (PSDB), Paulo Arara (PSD), Rafhael de Paulo (PSL), Ronei do Novo Horizonte (SOLIDARIE), Dorinha Melgaço (PSL), Petrônio Nêgo Rocha (AVANTE); além de prefeitos e lideranças do noroeste mineiro e autoridades locais.

A apresentação do projeto ficou a cargo do dr. José Roberto Barbosa, que iniciou com um breve histórico do projeto, cujas origens remontam o ano de 2013, quando foi apresentado um projeto portuário para o Espírito Santo. Naquela época, o porto estaria predominantemente ligado à atividade petrolífera. Em 2015, o declínio do petróleo e, em seguida, os problemas econômicos pelos quais o Brasil passou levaram a uma readequação do estudo de viabilidade econômica e financeira.

A atividade do agronegócio na região do Noroeste Mineiro chamou a atenção pela grande riqueza de cargas produzidas. Atualmente, são mais de 225 bilhões de dólares transportados por portos distantes. São produtos que vão desde a produção de grãos até pedras ornamentais, passando por café, soja, celulose, etc. Além disto, a região apresente uma topografia “altamente favorável”, destacando-se a grande quantidade de planícies.

A construção deste ramal ferroviário foi autorizada pelo governo federal e é parte de um amplo programa de ampliação da malha ferroviária do país, com abertura de oportunidades para empresas privadas nacionais em associação com capital estrangeiro.

A autorização dada pelo governo federal contempla 3,3 mil quilômetros de novos trilhos , com investimentos de R$ 53,5 bilhões, abrangendo nove estados. Somente em parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste, são 663 quilômetros, com investimentos que somam R$ 7,8 bilhões em três estados (Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo).

O projeto atual tem investimento 100% privado (Somente o projeto de engenharia vai custar 600 milhões de reais) e o risco de engenharia será assumido pela empresa construtora. Se a obra não estiver construída em 10 anos, tudo o que estiver pronto ficará para o Governo Federal. O trajeto, que terá cerca de 1000km de linhas férreas, sairá de Santa Maria, no Distrito Federal, até a cidade de Barra do São Francisco, no Espírito Santo, onde haverá uma unidade de transbordo de carga da malha ferroviária para a malha rodoviária.

Vale destacar aqui que, segundo o Dr. José Roberto, os profissionais ligados ao transporte rodoviário não perderão seus empregos, mas “terão seus trajetos diminuídos, podendo fazer mais fretes em menos tempo e não mais irão precisar fazer longas viagens, dormindo na beira das estradas”. O projeto será uma integração dos mais diversos modais de transporte”. Outro fato importante que ele destacou foi que a ferrovia tem “mão dupla”, ou seja, não se pode pensar apenas no que vai pela ferrovia, mas também nos produtos que vêm, como sal gema, industrializados em geral, eletroeletrônicos, automóveis e peças automobilísticas, máquinas agrícolas, etc.

O porto ao final da linha terá 2400 de cais, com 17 m na parte norte e 14 na parte sul, interligado à 381, movimentando 18 milhões de carga. Ele também contará com uma usina termelétrica e locais apropriados para o estoque de containers.

A implantação desde megaempreendimento ferroviário entre o Distrito federal e o Porto de São Mateus, no Espírito Santo, passando por diversas cidades do Noroeste Mineiro, será um importante canal de escoamento de produtos agrícolas e manufaturados.

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